domingo, 20 de dezembro de 2009
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
2º dia dos Sussuradores no Bazar nos Nômades
No domingo...
"Quem faz um poema abre uma janela
Respira, tu que estás numa cela abafada
esse ar que entra por ela..."
Respira, tu que estás numa cela abafada
esse ar que entra por ela..."
" Minha voz tem um vício de fontes.
Queria avançar para o começo
Chegar ao criançamento das palavras".
Queria avançar para o começo
Chegar ao criançamento das palavras".
parece que a voz da brisa se cala..."
Fragmentos de Quintana, Fernando Paixão , Manoel de Barros e Machado de Assis
sábado, 5 de dezembro de 2009
1º dia de sussurradores de poesia no Bazar dos Nômades
A garotada enfeitando seus sussurradores
Gal, sócia do Coisário, que fez parceria com a Tramadaletra.Começamos sussurrando na Praça
Ciça, outra sócia do Coisário, sussurrando Manoel de Barros no Bazar.
--> Ciça, outra sócia do Coisário, sussurrando Manoel de Barros no Bazar.
Manifesto dos Sussurradores de Poesia
Os sons mais característicos do mundo atual são, de fato, barulho, ruído.
Esta inquietude em face do que ouvimos está cada vez mais forte e inspira a arte contemporânea através de propostas que incorporam, ao sentido da visão, a experiência auditiva. Não raro, essas experiências remetem aos sons da cidade, à velocidade, à dificuldade de comunicação, à superposição de vozes, ao grito... ao incômodo.
A arte nos diz: o som é uma dimensão que já não sabemos habitar. A ausência de som, nossa utopia.
Há quem diga que os novos sinais de riqueza se mostram através da posse do tempo, do espaço e do silêncio. Os sons nos empobrecem?
Ainda temos a música e a palavra (bem) falada.
A palavra ao ouvido - o sussurro - é a nossa escolha. Gostamos deste espaço intermediário entre o som e o silêncio, onde estes extremos se tocam.
Inspiramo-nos no grupo performático francês Les Souffleurs (literalmente, Os Sopradores), que realiza intervenções em várias cidades do mundo sussurrando fragmentos de textos poéticos e filosóficos no ouvido das pessoas, numa tentativa de desaceleração do mundo.
“Comandos Poéticos” é a performance mais famosa dos Les Souffleurs e foi apresentada na cidade de São Paulo, na Virada Cultural de 2009, quando sussurraram poesia em praças e bibliotecas.
Como o grupo Les Souffleus, usamos um tubo para sussurrar os textos. Optamos por reaproveitar tubos de papel que, na nossa proposta, se tornam um objeto lúdico, belo e que recupera o gosto das brincadeiras simples de antigamente.
Propomos-nos a usar a poesia como delicado presente, que se leva da boca ao ouvido. Começaremos pelas crianças, elas que estão sempre mais atentas e abertas. Queremos brincar de, por um instante, silenciar o mundo com um poema. E que elas sigam com a idéia.
Aos poucos, vamos incluindo outras gentes que se disponham a interromper a tagarelice do mundo com segundos de poesia.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
começo-meio-fim
“Quem, se eu gritasse, dentre uma legião de anjos me ouviria?” O Rilke soube começar um poema assim. Ele soube, eu não. Por isso começo com o Rilke, pois não sou capaz de começar em paz. Meus começos são o meio de uma subida íngreme. E os recomeços piores.
Adoro a expressão em espanhol “a continuación...” É o nosso “a seguir”. Mais bonito. Dá mais ânimo de ir em frente. Se tivesse como dizer “a continuación”, talvez seguisse. Não sigo.
Findo.
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