terça-feira, 29 de julho de 2008

Lista 1: O melhor de terminar a dissertação


1. O falso paraíso das realizações.

2. Não ouvir mais as perguntas insistentes: acabou? quando vai ser?
3. Festa com amigos.

4. Ler um romance sem culpa.

5. Voltar a ter vontade de estudar.

6. Voltar às oficinas da Trama.

7. Ter uma contadora de histórias abrindo a defesa.

8. Explicar pra banca porque o Mito de Aracne no texto.

9. Ouvir o parecer de Beth Hazin
10. Me dedicar à mudança: paredes pra pintar, espaços pra preencher...




segunda-feira, 28 de julho de 2008

http://br.youtube.com/watch?v=ZNtZUkfuEzg

Através desse link vc pode assistir a um trecho do filme Livro de Cabeceira.

Listas e travesseiros


Há algum tempo, li um livro delicioso: A lenda de Murasaki de Liza Dalby.
É um romance histórico que conta a vida de Murasaki Shikibu, uma cortesã japonesa que seria quem escreveu o primeiro romance do mundo, A História de Genji– aqui a palavra romance também tem o sentido de história de amor.
Comprei o livro porque tinha adorado o filme O Livro de Cabeceira de Peter Greenway (presença garantida no meu Top 10) e quis saber se Murasaki era a mesma Sei Shonagon falada no filme, que também era uma cortesã e que ficou famosa por ter sido a primeira mulher escritora no japão.
Não era.
Bom, na época dessas moças, era costume se ter um livro de travesseiro, ou seja, um caderno de anotações pessoais que ficava ao lado do travesseiro e que tinha um conteúdo muito íntimo, mas que, às vezes, era compartilhado com outras pessoas.
A propósito, o nome original do filme é Pillow Book. No Brasil foi traduzido para Livro de Cabeceira por motivos óbvios, mas eu não gostei. O livro de travesseiro japonês não tem muito a ver com o nosso de livro de cabeceira.
O fato é que o livro de travesseiro de Shonagan ficou tão famoso entre as cortesãs do seu tempo que saiu do restrito circulo do palacio real para se tornar o primeiro livro de literatura escrito por uma mulher.
A Lisa Dalby, que é americana, não reconhece Shonagon como a primeira escritora, pois diz que seus livros nada mais eram do que listas -interessantes, mas listas.
Quem viu o filme Livro de Cabeceira, pode suspeitar o quanto essas listas podem ser mais que interessantes. Pra quem não lembra, o livro é aquele vermelho que o Ewan McGregor "veste" no final.
Só sei que depois que li o livro, fiquei ainda mais invocada com listas.
Além de fazer listas práticas - e elas se tornaram extremamente necessárias pra mim – comecei a fazer minhas listas... hehe... poéticas. Além, claro, daquelas feitas por pura diversão do tipo “os dez melhores filmes que eu vi na sessão da tarde”, "os dez livros que todo mundo devia ler" “os cinco melhores shows da minha vida”, “os dez caras mais chatos da política” , tipo 'top x'.
Mas as listas de Shonagon, não eram tão... banais - apesar de que tinham esse resquiciozinho de auto-massagem no ego que as listas sempre têm (e de preconceito também).
Os títulos é que eram bem mais bonitos. Por exemplo: “Minha lista das coisas esplêndidas” ou "Cores do primeiro dia de inverno nas montanhas"... enfim, listas que se pretendiam eruditas e elegantes, e com a cara do seu tempo, isso por volta do século X.
Então é isso. Quero dizer que, mesmo não tão eruditas, ou mesmo elegantes, aqui, volta e meia, listas.

Reestréia

Depois de alguns estadas breves em outros endereços, depois de abrir contas e esquecer a senha, chego aqui nesse canto, uma margem onde comentar a vida e construir desvios.