Taí um assunto sobre o qual quero me manifestar faz algum tempo. Um negócio que me incomoda desde a primeira vez que observei acontecendo. Foi quando começou o boom do mercado imobiliário em Salvador com aquela propaganda pesada, panfletagem em todo canto, páginas inteiras nos jornais, outdoors e ...mastros humanos. É assim que eu chamo esse fenômeno que o aquecimento da construção civil inventou e que a propaganda política acolheu prontamente. Mastros humanos são aqueles homens e mulheres que ficam parados em lugares de grande circulação segurando uma bandeira com a propaganda de um candidato ou de um novo condomínio.
Fico extremamente incomodada com o fato de se utilizar um ser humano para a função de apenas segurar uma bandeira durante horas, parado em um mesmo lugar, pois desta forma se estaria driblando uma lei que proíbe propaganda fixa em certos lugares públicos. Penso que não é um trabalho que dignifica, embora se diga que todo trabalho o faça. Se não há nada que o sujeito possa colocar de si naquela função, nem sua inteligência, destreza, afeto ou criatividade, tem só que segurar aquele troço, estático durante horas?
Note-se que muitos desses ‘trabalhadores' estão sempre com cara de entediados e constantemente buscam se esconder pro trás da tal bandeira. Não sentem orgulho do que fazem; parecem mesmo ter vergonha. E apesar de, neste período, estarem portando a bandeira de um político, não estão, assim, manifestando opinião própria, já que não são cabos eleitorais (sem trocadilhos!), mas seres humanos pagos para segurar uma signo, à revelia de suas posições ideológicas. Fosse diferente, poderiam ficar até 24 horas em um pé só, que valeria a pena, pois estariam defendendo convicções. Os que seguram os mastros de madeira (por que estes não se equilibram sozinhos nas calçadas da orla ou no passeio da avenida, senão se bastariam) estão ali porque recebem dinheiro e, certamente, uma quantia mínima, que seduz apenas aqueles que não tem um trabalho de verdade que lhes permita sobreviver com honra e dignidade. E seguram os nomes dos mesmos políticos que, modo geral, já tiveram a oportunidade de contribuir para mudar essa realidade e não o fizeram. É louco, isso. Não me conformo.
Fico extremamente incomodada com o fato de se utilizar um ser humano para a função de apenas segurar uma bandeira durante horas, parado em um mesmo lugar, pois desta forma se estaria driblando uma lei que proíbe propaganda fixa em certos lugares públicos. Penso que não é um trabalho que dignifica, embora se diga que todo trabalho o faça. Se não há nada que o sujeito possa colocar de si naquela função, nem sua inteligência, destreza, afeto ou criatividade, tem só que segurar aquele troço, estático durante horas?
Note-se que muitos desses ‘trabalhadores' estão sempre com cara de entediados e constantemente buscam se esconder pro trás da tal bandeira. Não sentem orgulho do que fazem; parecem mesmo ter vergonha. E apesar de, neste período, estarem portando a bandeira de um político, não estão, assim, manifestando opinião própria, já que não são cabos eleitorais (sem trocadilhos!), mas seres humanos pagos para segurar uma signo, à revelia de suas posições ideológicas. Fosse diferente, poderiam ficar até 24 horas em um pé só, que valeria a pena, pois estariam defendendo convicções. Os que seguram os mastros de madeira (por que estes não se equilibram sozinhos nas calçadas da orla ou no passeio da avenida, senão se bastariam) estão ali porque recebem dinheiro e, certamente, uma quantia mínima, que seduz apenas aqueles que não tem um trabalho de verdade que lhes permita sobreviver com honra e dignidade. E seguram os nomes dos mesmos políticos que, modo geral, já tiveram a oportunidade de contribuir para mudar essa realidade e não o fizeram. É louco, isso. Não me conformo.