segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Pequena teoria do beijo

O beijo é, na economia do mundo, do corpo ou da imaginação, coisa poderosa. Marco sensorial da contabilidade dos dias leves e dos estratagemas bélicos, é um roçar de lingua na vida, pungente ou morno. O beijo é um devorar macio do outro, de quem nos alimentamos para suportar os dias de solidão e mastigação saudável. O beijo é a recusa da racionalidade prática aplicada à rotina da boca - uma completa indiferença ante a composição bioquímica e biográfica da saliva. O beijo é um ato rebelde - das causas mínimas e máximas: se opõe ao conservadorismo dos corpos estáveis. Beija, quem quer pular de si para o abismo do outro. Beija, quem quer salvar-se da monotonia da alma intáctil. Beijam-se,  línguas curiosas, lábios receptivos e corpos silenciosos. Muitas vezes, beijam-se, apenas, os corpos. O beijo resiste expondo o amor a pequenos testes sem comprová-lo. Apesar de sua breve duração, ilude os amantes com lampejos de imortalidade.

5 comentários:

A Viajante disse...

humm...amo ser imortal, ainda que por segundos... então beijos à obra!

Anna Amélia de Faria disse...

Hum... quero beijos.
Pra vc, um grande beijo, minha querida.

Giselly Lima disse...

beijo é uma coisa doida, né? bjs pra vcs!

Ana Maria Vergne disse...

lindo Gi! muito lindo!

Giselly Lima disse...

Obrigada pela visita, Ana! Bjs