Uma palavra se parte.
Assombro!
Valha-me alguma senhora!
Seja capaz de emendá-la,
peço! Imploro!
Não vê meu desespero?
Não vê?
Eu andava tão ajeitadinha, montada na tal palavra.
Costurei tantos dias sobre a barriga.
E depois sobre o berço e os deveres de casa.
Criei peito e leite. Amaciei os braços. Orei as noites.
Agora nada disso serve de cola, de alinhavo.
Algo que está além das portas de minha casa
quebrou a palavra, azedou meu leite e me deixou cair os braços.
Algo urdido pelo tempo, esse terrível inimigo.
Um sentido novo, um novo rumo para isso eu quero!
Um sentido novo, um novo rumo para isso eu quero!
Só não me deixe a palavra partida!
2 comentários:
Amiga, eu que nem fui mãe, no sentido restrito e estrito da palavra, sinto seu assombro porque acompanhei cada passo de sua linda jornada. Mas acalma, porque o cordão não se partirá, apensa mudará o formato. Alegra-te, por ver quem alimentou e sustentou, crescer e aparecer cada dia mais. Beijo!!
Ah, Ju, um daqueles momentos em que a gente pensa que nao sabe mais ser mãe, pois são muitas situações novas, que nos desafiam. Mas Já passou.... Isa sempre tira de letra eu é que me atrapalho. Rsrsrsrs... Beijo..
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