segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Mea culpa
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Uma arte - Elisabeth Bishop
(In: CABUS, Ricardo, Cacos Inconexos. Maceió: Instituto Lumeeiro, 2010)
A arte de perder não é difícil de dominar;
tantas coisas parecem cheias do intento
de ser perdida que sua perda não é um desastre.
Perca alguma coisa todo dia. Aceite a perturbação
de perder as chaves da porta, a hora gasta inadequadamente.
A arte de perder não é difícil de dominar.
Então pratique perder mais, perder mais rápido:
lugares e nomes e para onde você queria
viajar. Nada disso será um desastre.
Perdi o relógio de minha mãe. E veja! Minha última, ou
quase-última, de três casas queridas se foram.
A arte de perder não é difícil de dominar.
Perdi duas amáveis cidades. E, mais vasto,
alguns reinos que possuía, dois rios, um continente.
Eu sinto falta deles, mas não foi um desastre.
– Mesmo perdendo você (a voz brincalhona, um gesto
que amo) eu não deveria ter mentido. É claro que
a arte de perder não é tão difícil de dominar
embora possa parecer como (escreva isto!) como um desastre.
sábado, 20 de novembro de 2010
sambadinha
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Eu versus trinta e dois
O azul desse blog me parece patético, agora.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
exercício 3
Lanço poucos sóis sobre a cabeça antes do meio-dia
Bordei um exílio sem lembrar como grita uma distância
Como a faxineira que lambe as cartas do filho antes de desvirar as barras
Como o passarinho que impõe seu mantra impaciente, esquecido que a noite nasce
Como a professora que roubou o cabelo da aluna para desembrulhar castelos
E o pai que cobrou do filho o último centavo para saborear futuros
Sou um tanto de impossibilidades.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
O sistema/2 - Eduardo Galeano

quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Mundo enquadrado
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Sonâmbulo

Composição: Céu/Bruno Buarque/Sérgio Machado
Numa espécie de limbo
O sonâmbulo anda feito pêndulo
Ora pende dormindo, ora pende contra o tempo
E faz deste inimigo, atrasado, correndo
Justifica um vazio interno, imenso
Fugas mentais ocupam os pensamentos
E se torna incapaz de ocupar a si mesmo
TVs, zines, jornais, químicas num intento
Bloquear os canais
Domesticar seus anseios
Que é bom desconfiar dos "bons" elementos
Feito histórias de Moebius vão tirar sua visão
E te dar olhos passivos adequados ao padrão
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
sobre homens e mastros
Fico extremamente incomodada com o fato de se utilizar um ser humano para a função de apenas segurar uma bandeira durante horas, parado em um mesmo lugar, pois desta forma se estaria driblando uma lei que proíbe propaganda fixa em certos lugares públicos. Penso que não é um trabalho que dignifica, embora se diga que todo trabalho o faça. Se não há nada que o sujeito possa colocar de si naquela função, nem sua inteligência, destreza, afeto ou criatividade, tem só que segurar aquele troço, estático durante horas?
Note-se que muitos desses ‘trabalhadores' estão sempre com cara de entediados e constantemente buscam se esconder pro trás da tal bandeira. Não sentem orgulho do que fazem; parecem mesmo ter vergonha. E apesar de, neste período, estarem portando a bandeira de um político, não estão, assim, manifestando opinião própria, já que não são cabos eleitorais (sem trocadilhos!), mas seres humanos pagos para segurar uma signo, à revelia de suas posições ideológicas. Fosse diferente, poderiam ficar até 24 horas em um pé só, que valeria a pena, pois estariam defendendo convicções. Os que seguram os mastros de madeira (por que estes não se equilibram sozinhos nas calçadas da orla ou no passeio da avenida, senão se bastariam) estão ali porque recebem dinheiro e, certamente, uma quantia mínima, que seduz apenas aqueles que não tem um trabalho de verdade que lhes permita sobreviver com honra e dignidade. E seguram os nomes dos mesmos políticos que, modo geral, já tiveram a oportunidade de contribuir para mudar essa realidade e não o fizeram. É louco, isso. Não me conformo.
domingo, 19 de setembro de 2010
O que será que será?
sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Longe, eu penso em casa. Escolho cores, costuro almofadas, compro objetos, teço palavras de paciência para ser presente, assim, distante. Volto lá e poderia não sair pra nenhum lugar, só estar, indefinidamente, entre risos, velhas tarefas e besteirinhas. Sou tomada de uma doce confusão de me sentir feliz sendo rainha-do-lar. Vê?
sábado, 11 de setembro de 2010
Layout, vixe!
Sorry
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
V&V

quinta-feira, 17 de junho de 2010
Vício

terça-feira, 18 de maio de 2010
Faço coro
"A gente anda se afastando tanto uns dos OUTROS que, quando você apresenta algo humano, que trata de emoções humanas, as pessoas dizem 'isso é deprimente', porque NINGUÉM consegue reconhecer-se naquilo."
Alejandro Gonzalez Iñaritu
(Falando do seu novo filme Biutiful)
sábado, 15 de maio de 2010
Religião
das janelas
da psicanálise
do cinema
da morte
da vida após a morte
do tempo
da linha da água
do horizonte
da razão
Um inesperado
mundo
suspenso
nas ignorâncias
Um entreaberto
Um pensamento
pendurado
Um fiapo
sábado, 17 de abril de 2010
Superstition - stevie wonder
Os anos setenta, que vivi ainda criança, me ensinaram a gostar de festa. Frequentei muita matinê de boate com direito a globo, luzes coloridas e passos duvidosos. Esse vídeo é uma pérola; esse pessoal, um charme só. Essa música se tornou um hit a caminho do trabalho (16 km de trajeto). É minha festa particular no trânsito de Maceió.
Cortei um pedacinho do vídeo pra poder postar. Fácil encontrar com mais 30 segundo no you tube.
domingo, 11 de abril de 2010
Síntese
terça-feira, 6 de abril de 2010
blablasofia
tive que ouvir
atenta
palavras de superfície;
palavras de superficie não
mergulham
penetram
remexem;
flutuam
a toa
sem ir
sem vir
sem caminho
sem contorno
a esmo
uma mancha
de verbos
a esmo;
tergiversam
a palavra
geográfica
oceanográfica
geológica
pornográfica
que perfura
a rocha de Clarice
que desbrava
desde o centro
minha intimidade
meus significados.
sexta-feira, 26 de março de 2010
quinta-feira, 11 de março de 2010
Eita

Estou sem tempo.
Ainda na página 157 do Grande Sertão.
Não porque não esteja adorando
mas porque me falta ócio.
A Ufal é o meu mundo, por enquanto.
No fim de semana, escapo.
Em Salvador, em casa, em família.
Mas nada de folga.
Pelo menos tem escuna e Buena Vista, sábado.
Mas Ju vai embora.
E eu tenho que seguir aqui.
Procurando minha turma.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Grande Sertão
Soubesse eu que não havia nada de tão assim na linguagem usada por Guimarães - para mim, me assustava como o Ulisses de Joyce: achava um a moda do outro - teria encarado antes a empreitada e me antecipado esse prazer. Bastou romper as 15 primeiras páginas para me acostumar com o falar de Riobaldo e me embrenhar com ele pelo sertão, sem medo ou cansaço.
Apesar da demora, eu já tinhas algumas pistas de que era um sem fundamentos ainda que me mantivesse desenconrajada pelas notícias das tantas teses sobre o texto: Beth Hazin teve até os manuscrito do bicho em suas mãos para sua pesquisa em crítica genética e, por conta disso, me contou um tanto de coisa. Umas lindas. A última , de um ano atrás, é que sua proximidade com o livro lhe rendeu a função de guia literária - muito qualificada - em um passeio pelo sertão mineiro até o Goiás com privilegiados leitores da obra, interessados em reviver seus detalhes em in loco. Bacana.
Nas três ou quatro palestras do José Mindlim que já assisti, pois é figurinha fácil em todos os COLE's, o bibliófilo jamais esquece de afirmar ser o "Grande Sertão" o seu livro preferido, apesar das reservas que tem - e que também não deixa de mencionar - em relação ao seu autor, que segundo ele era um chato convencido.
Tem ainda os contos de Primeiras Estórias que amei desde sempre, sobretudo A terceria margem do rio, que me tira uma lágrima no ponto da recusa do filho de endoicer como o pai. Me dá uma dó tão grande quando ele se levanta, achando que o filho vai substuituí-lo na canoa...
Agora estou no sertão dos gerais, comovida com o amor quase incontível de um jagunço por outro, já esquecida do Tony Ramos e da Bruna Lombardi, plena de outras imagens.
Convido, os que queiram, a compartilhar essa leitura e comentar aqui. Dá pra alcançar uma edição entre as muitas já publicadas (estou lendo a da Nova Fronteira) e me acompanhar, pois viajarei de férias durante os proximos 8 dias e dividirei o ócio com outros prazeres. Neste momento estou na página 78. Quem já leu pode trazer suas memorias de leitura, adoraria.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
exercicio
Uma vez,
duas vezes,
e uma vez mais.
Nunca mais.
Reviravolta:
volta e meia,
Volteia .
Outra vez,
a vez
d e volta.
Revolta.
Dessa vez,
a volta
não tem vez.
Talvez.
domingo, 3 de janeiro de 2010
abóbora

a hora bendita.
Que se recuse
todo futuro,
que se abdique
de toda esperança,
que se negue
o porvir,
ainda assim
é hora.
e não se pode falar
e não se quer partir
e não é fácil ceder,
e não se vê honra na luta.
No entanto,
a hora chega.
Empacota uma historia
que não se pode ter.
Quando finalmente
chega a assustadora hora,
somos surpreendidos
pelo próprio,
rápido,
diligente
e obediente
sim.